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sexta-feira, 1 de abril de 2011

HEPATITE A

 Esta forma de hepatite foi considerada, durante muito tempo como manifestação secundária de uma infecção entérica. Atualmente, sabe-se que o vírus se instala primariamente no fígado utilizando o aparelho digestivo como via de entrada, sem causar lesão neste local.


PROPRIEDADES DO VÍRUS

O vírus da hepatite A pertence a família Picornaviridae, gênero Hepovírus; espécie Hepatitis A vírus, e anteriormente foi classificado como “enterovírus humano 72”. Os vírions consistem de uma cápside de simetris icosaédrica, não envelopado, de 27 a 32 nm de diâmetro, sem projeções. O cápside é composto de 60 unidades idênticas (protômeros), cada uma formada por três proteínas na superfície externa ( 1B ou VP2, 1C ou VP3, 1D ou VP1) e uma proteína interna ( 1A ou VP4), menor que nos demais picornavírus.Os vírions contêm uma molécula de RNA de fita simples de polaridade positiva(+ssRNA), de 7,5 kb, com uma única janela aberta de leitura, poli-A na extremidade de 3’ e uma proteína pequena, VPg, ligada de forma covalente á extremidade 5’. O RNA viral é infeccioso, e tem função de RNa genômico dos hepatovírus com os demais picornavírus é pequena.


Trata-se de um vírus muito estável, apresentando elevada resistência ao calor, suportando temperaturas da ordem de 60 graus Celsius , por dez min. Também é resistente á condições de pH baixo, com pequena perda de infectividade a pH 1,0.Só se conhece um único sorotipo do vírus da hepatite A. Este vírus não é hemaglutinante. É um vírus de difícil adaptação ao cultivo em sistemas celulares, replicando de maneira limitada, sem apresentar efeito citopático.

EPIDEMIOLOGIA

A hepatite A é uma doença universal , com uma distribuição anual uniforme, e todos os grupos etários podem ser atingidos, ainda que isso ocorra mais freqüentemente em crianças e adolescentes.


A presença do vírus nas fases facilitada a disseminação e é causada de surtos de hepatite A em contatos familiares e creches,acompanhamento militares e outros locais.


Muitos surtos de hepatite A são resultado do consumo de alimentos contaminados, principalmente mariscos e ostras, criados em águas contaminadas com esgotos e consumidos crus. Em 1988, em uma epidemia em Shangai, foram identificados mais de 300 mil casos de hepatite A , transmitidas por ostras contaminadas. Os vírus humanos não se replicam em moluscos, mas atuam como concentradores de vírus em águas poluídas por esgotos. Durante a alimentação, os moluscos bivalvos, como ostras e mariscos, podem filtrar até 38 litros de água por hora, período durante o qual o HAV pode ser concentrado pelo menos 100 vezes e pode persistir por aproximadamente sete dias.


A taxa de incidência da hepatite A em países em desenvolvimento é estimada entre 20 e 250 casos por 100 mil habitantes ao ano. Para o Brasil, a organização Pan-americana de Saúde (OPAS) possui estimativa de infecção pelo vírus da hepatite A de, aproximadamente, 130 casos novos por 100 mil habitantes ao ano.

DIAGNÓSTICO LABORATÓRIAL

Os agentes das hepatites virais não podem ser diferenciados clinicamente; assim, para o diagnóstico correto, os testes sorológicos são necessários.


Para hepatite A, utiliza-se a detecção de anticorpos totais e igM antivírus da hepatite A (anti-HAV), através do ensaio imunoenzimático do tipo ELIZA. O título de anticorpos igM aumenta rapidamente após quatro a seis semanas e declina em níveis não-detectáveis em três a seis meses, na maioria dos pacientes. Os anticorpos igG persistem por anos pós a infecção.


O vírus é eliminado nas fezes antes desaparecimento dos sintomas e pode ser detectado por um ensaio imunoezimático, microscopia eletrônica, hibridização ou PCR, mas finalidades diagnósticas, podendo ser utilizados em estudos epidemiológicos.

TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE

Na profilaxia da hepatite A, recomenda-se o uso de imunoglobulina humana normal (IGHN)modificada para administração intravenosa, em escolas ou instituições hospitalares, sempre que existirem evidências de surtos epidêmicos. Do mesmo modo, os contatos pessoais próximos devem receber IGHN como medida profilática pós-exposição.A profilaxia pré-exposição está recomendada para viajantes que, vivendo em áreas de baixa prevalência da hepatite A, se desloquem para regiões de baixa prevalência.


A imunização ativa contra a hepatite A é feita com vacinas inativadas por formalina, licenciadas em 1995, para pacientes com mais de dois anos e administrada por via intramuscular. Deve ser administrada em duas doses, uma para imunização primário e outra, um mês depois, como reforço.


No Brasil, a vacina ainda não é incluída no calendário oficial de vacinação, embora esteja disponível em clínicas de vacinação.



REFERÊNCIA:

TRABULSI, Richard,ed.

Microbiologia / Editores Luis Rachid Trabulsi e Flávio alterthum. 5 ed. São Paulo: Atheneu, 2008



Ariane Cíntia Sales Mendes


Enfermagem II Semestre





















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